In-Soneto
Tento, retento e tretento escrever,
Mas o soneto, em sua forma nobre,
Sofre e se cobre de minhas rimas pobres,
E cai em dúvida sobre o que ser.
E vira um errante poema talvez,
Linhas irregulares, que em sua vez,
Faltam ou sobram em certa fluidez,
E viram uma massa disforme.
Um dia, compreenderemos, quem sabe,
Versos e aquele que os ousa reunir,
Nós, em nossas humildes metades,
Não precisaremos mais fugir,
E seremos completos mesmo que algo, por ventura, falte-nos.
Braulio A. Freire